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Como ser mais fiel à quem nunca vai te abandonar
(Desde que você o trate bem)
Controlar impulsos é fundamental em absolutamente todos os tópicos da sua vida. Estudos mostram que até 95% das decisões de compra são feitas de maneira inconsciente, motivadas por emoções e não por uma necessidade real.
Se você já leu o nosso artigo anterior, deve ter notado que tocamos nesse ponto, mas agora vamos mergulhar mais fundo em estratégias eficazes para evitar aquelas compras emocionais e duvidosas que podem sabotar seu orçamento, explorando técnicas práticas para gerenciar seus hábitos de consumo e focar em suas metas financeiras de longo prazo, e, se você aplicá-las de maneira correta e consistente, elas podem melhorar significativamente sua saúde financeira.
1 – Reconhecendo Impulsos de Compra
Não tem como você combater algo que não sabe o que é de fato, então o primeiro passo para controlar impulsos de compra é reconhecê-los, o que não é tão difícil, vamos combinar.
O ponto chave das compras impulsivas é o nosso imediatismo. Não há problema nenhum em, de vez em quando, comprar algo pelo simples prazer de possuir aquele objeto que você gostaria de muito de ter. O problema começa quando não conseguimos diferenciar claramente, ou até mesmo ignoramos a diferença do que realmente precisamos para aquilo que apenas queremos.
Por exemplo, aquele par de tênis que você “precisa” comprar pode estar mais ligado ao desejo de uma satisfação imediata, um consumismo atrelado ao tédio ou emoções parecidas e até mesmo de adequação social, um tênis que está muito popular e este é único motivo de querer comprá-lo (mas este papo é mais profundo, não sou seu psicólogo) do que à necessidade real.
Isso nos leva a acreditar que aquele momento em que você se depara com uma promoção é uma oportunidade única, quando, na verdade, esperar alguns dias poderia revelar que o desejo não era tão urgente assim. Em muitos casos, dar um tempo para pensar vai resultar em uma compra mais vantajosa, evitando a decepção comum de perceber que o item não era tudo o que esperávamos, ou que precisávamos.
2 – Técnicas para Evitar Compras Impulsivas
Tá, agora que você sabe diferenciar as coisas, é necessário botar em prática.
Mas antes, é necessário falar que aqui tem apenas 1 técnica, dentre várias existentes. Você precisa entender o que deve levar em consideração, de acordo com a sua realidade!
A regra dos 30 dias é muito simples e autoexplicativa. Envolve esperar 30 dias antes de realizar qualquer compra não essencial. Esse intervalo permite que você diferencie desejos momentâneos de necessidades reais, como falamos mais acima. Neste meio tempo, é importante que você pense se deve mesmo comprar o objeto de desejo, ou não.
Para objetos que não costumam ter um valor muito alto, como uma camisa, por exemplo, esses questionamentos podem ser mais simples. Ou você compra, ou não, baseado no impacto mensal que aquilo terá nos gastos. Agora, caso esteja pensando que em algo mais caro, como um carro, o óbvio deve ser questionado:
- Quais serão os custos mensais com gasolina, seguro e manutenção?
- Vai parcelar? Quanto dará de entrada?
- E se acontecer algum imprevisto ou acidente? Você terá dinheiro para bancar tudo isso?
É comum vermos leilões de carros lotados com veículos que estão lá por que seus antigos donos não souberam calcular direito os custos, e tiveram seus bens tomados pelo banco. Além de criarem uma dívida, voltaram a andar de busão lotado. Para esses casos, é melhor pensar bem mais que 30 dias antes de tomar uma decisão. Se feita de maneira precipitada, com certeza será algo que irá te incomodar por anos na sua vida.
Além da regra dos 30 dias, você pode implementar alguns hábitos que podem a ser mais controlado no seu dia a dia:
- A Regra das 24 Horas: Similar à regra dos 30 dias, mas para compras menores. Espere 24 horas antes de decidir se realmente precisa do item. Essa aqui serve muito para aquela sexta a noite que você não vai sair, e só por isso que pedir aquele combão de 80 conto.
- Utilizar Apenas Dinheiro Vivo: Sei que em pleno 2024 isso parece até um xingamento, e sim, é um pouco mais radical. Mas, se for possível, pague em dinheiro em vez de usar o cartão. Muitas vezes, a dor de entregar dinheiro físico reduz a probabilidade de compras impulsivas.
3 – Planejamento de Compras
Já te contaram aquele ditado, “Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”? Ir às compras sem saber o que realmente precisa, muitas vezes impulsionado pelo simples tédio e impulso, irá fazer com você tenha uma visão distorcida daquilo que realmente precisa, direcionado pelas emoções momentâneas.
Planeje suas compras com antecedência através de listas, por exemplo, assim você evita compras sem sentido prático. Além disso, é importante que você estabeleça um orçamento para gastos que de fato são necessários e mantenha-se fiel a ele.
4 – Substituindo Hábitos de Consumo
Substitua hábitos de consumo impulsivos por atividades mais construtivas.
Cada área de nossa vida, por mais que não pareça tão óbvio, reflete nas outras. É importante que você entenda que seus hábitos mais simples irão interferir em como você lida com as situações do cotidiano. Falamos sobre evitar compras impulsivas, mas entendemos que se fosse fácil falar “não” para estes momentos, este não seria um problema que aflige milhões de pessoas no país e no mundo. Seus hábitos periféricos, como alimentação, sono, exercícios físicos, hobbies ou leitura, vão interferir na sua organização, disciplina e etc, o que pode tornar o seu controle mais fácil ou difícil. Encontrar alternativas saudáveis para lidar com emoções pode reduzir a frequência de compras impulsivas.
Conclusão
Nada que apresentamos neste artigo é uma novidade e talvez você tenha até pensado que é bem óbvio. Afinal, todas as dicas aqui são formadas por atividades simples, como preencher uma lista do que comprar antes de sair de casa. Mas feitas de maneira consistente, te ajudarão a ser mais controlado.
Reconheça os gatilhos emocionais e situações que levam a compras impulsivas. Utilize técnicas como a regra dos 30 dias para diferenciar entre desejos e necessidades.
- Planeje suas compras com antecedência
- Estabeleça um orçamento para gastos não essenciais.
- Principalmente: crie hábitos que te levarão ao seu objetivo! Seja organizado, e tenha todas as informações de que precisa de uma maneira que seja fácil de acessar e simples de entender.
Dicas Bônus
Uma das melhores formas de manter seu controle financeiro é utilizar ferramentas de gestão que centralizem todos esses aspectos. Como falado, ter um bom controle sobre suas finanças exige organização, e uma ferramenta que facilite esse processo torna tudo mais prático. Considere aplicativos de gerenciamento financeiro que permitam acompanhar seus gastos, definir metas e, principalmente, alertá-lo quando estiver prestes a ultrapassar seu orçamento.
Fontes:
- Duhigg, Charles. The Power of Habit: Why We Do What We Do in Life and Business. Random House, 2012.
- Thaler, Richard H., and Cass R. Sunstein. Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness. Penguin Books, 2009.
- Prelec, Dražen, and George Loewenstein. “The Red and the Black: Mental Accounting of Savings and Debt.” Marketing Science, vol. 17, no. 1, 1998, pp. 4–28.
- Ariely, Dan. Predictably Irrational: The Hidden Forces That Shape Our Decisions. HarperCollins, 2008.
- Kahneman, Daniel. Thinking, Fast and Slow. Farrar, Straus and Giroux, 2011.