Não é preciso ser um especialista em finanças para saber que definir e acompanhar objetivos financeiros é essencial para construir um futuro financeiro sólido e alcançar a estabilidade desejada. Porém, por mais que você esteja preocupado e interessado em manter as suas contas em dia, o volume de informações com lidamos com o trabalho, estudo, cuidar da casa, entre outras coisas, é gigante, e é quase impossível que você tenha plena noção de como estão suas finanças, monitorá-las e ajustá-las ao longo do tempo. 

O problema é que a maior parte das pessoas ignora este fato, e não costumam criar metas que fazem sentido, ou muito menos acompanhar a sua vida financeira da maneira correta, seguindo sem um rumo claro, e sem total conhecimento do que está acontecendo na vida financeira.

Este post explora estratégias práticas e rápidas para entender os principais motivos do por quê você nunca tem dinheiro sobrando e com isso estabelecer metas financeiras realistas e mensuráveis, transformando sonhos em rotas concretas para os seus sonhos. 

1 – Falta de metas específicas

Estabelecer metas financeiras específicas é o primeiro passo para um planejamento eficaz. Metas vagas, como “quero economizar mais”, dificilmente levam a resultados concretos. Por isso, a metodologia SMART, já mencionada aqui no blog, é amplamente recomendada. 

A metodologia SMART, é a sigla em inglês para metas baseada nos princípios de que uma meta deve ser 

• Específica: A meta deve ser extremamente clara no que se propõem.
• Mensurável: Ou seja, deve ser algo que pode ser medido ou quantificado. Ou seja, uma característica, propriedade, ou valor que pode ser avaliado de forma numérica ou comparado através de uma medida. 
• Alcançável: A sua meta deve estar dentro do alcance das suas capacidades ou possibilidades.   
• Relevante: Deve ser algo que tem impacto, importância ou influência para você, dentro do seu contexto. 
• Temporal: Você deve definir um tempo claro para alcançar o objetivo, sem deixá-lo “solto”, sem um “prazo de entrega” específico. 

Para ficar mais clara de entender, em vez de dizer apenas “vou economizar para a aposentadoria”, uma meta SMART seria: “vou economizar 20% do meu salário por mês durante os próximos 10 anos para acumular pelo menos R$60.000 até a minha aposentadoria“. 

Essa abordagem permite que você defina metas claras e objetivas, facilitando o acompanhamento e medição do progresso. 

2 – Não ter ferramentas para monitorar seu progresso

Uma vez estabelecidas as metas, é crucial monitorar o progresso de forma consistente. 

Um estudo conduzido pelo Journal of Financial Planning revelou que pessoas que monitoram regularmente seus objetivos financeiros têm maior probabilidade de atingi-los, devido ao maior nível de consciência e controle sobre suas finanças 

Ferramentas como aplicativos de finanças pessoais, planilhas eletrônicas e diários financeiros são essenciais nesse processo. O nosso aplicativo, Quivo, permite que você acompanhe seus gastos, define orçamentos e veja seu progresso em relação às metas estabelecidas. Sendo uma ferramenta poderosa, seja qual for a sua necessidade, sair da dívida, ou melhorar o seu controle mensal. 

Desta forma, ficará mais fácil de manter o controle financeiro e a ajustar estratégias conforme necessário.

3 – Você não revisa e ajusta suas metas regularmente

Este passo e o anterior estão totalmente ligados, afinal, de nada adianta revisá-lo constantemente e não realizar as mudanças necessárias. É quase impossível que você estabeleça uma meta no início do ano, por exemplo, e mesmo após 6 meses não haja nenhuma alteração a fazer. 

A revisão periódica de metas é fundamental para garantir que elas continuem relevantes e atingíveis à medida que suas circunstâncias mudam. É recomendável realizar uma revisão trimestral para avaliar o progresso e fazer os ajustes necessários. Essa prática permite que você realize suas metas com suas prioridades atuais, evitando que metas obsoletas ou irrealistas comprometam seu planejamento financeiro.

Segundo especialistas em planejamento financeiro, o ajuste regular das metas é uma prática chave para manter a resiliência financeira. Como sua vida e prioridades mudam ao longo do tempo, suas metas financeiras devem refletir essas mudanças, permitindo flexibilidade e adaptabilidade .

4 – Você não consegue manter a motivação

Manter a motivação ao longo do caminho é um dos maiores desafios, especialmente para objetivos financeiros de longo prazo. Uma estratégia eficaz é recompensar-se ao alcançar marcos intermediários, o que ajuda a manter o entusiasmo e o comprometimento. Por exemplo, se sua meta é economizar para uma viagem, celebre quando atingir 25%, 50% e 75% do valor necessário. 

Mas seja consciente, não significa que você precisa realizar uma festa para os amigos, por exemplo. Esses pontos de celebração são como checkpoints em um jogo de corrida, você fica feliz quando passa de um porque entende que está no caminho certo, mas sabe que deve ser manter firme para terminar a corrida em primeiro e aí sim comemorar de verdade. 

Além disso, lembretes visuais de seus objetivos, como um quadro de visão ou uma foto do que você está economizando para alcançar, podem ser poderosos motivadores. 

Estudos em psicologia positiva indicam que a visualização de objetivos concretos aumenta a probabilidade de sucesso, pois mantém o foco e a determinação em alta .

Conclusão

Para traçar e acompanhar objetivos financeiros de forma eficaz, comece definindo metas específicas utilizando a metodologia SMART. Essas metas devem ser claras, mensuráveis e orientadas para o longo prazo. Utilize ferramentas de monitoramento, como aplicativos de finanças pessoais e planilhas para acompanhar seu progresso e ajustar suas estratégias conforme necessário. 

Revisar e ajustar suas metas regularmente garantirá que elas permaneçam relevantes e alcançáveis. Finalmente, mantenha a motivação celebrando marcos intermediários e utilizando lembretes visuais de seus objetivos. 

Com essas estratégias, você estará no caminho certo para alcançar seus sonhos financeiros.

Fontes:

1. Locke, Edwin A., and Gary P. Latham. A Theory of Goal Setting & Task Performance. Prentice-Hall, 1990.
2. Duhigg, Charles. The Power of Habit: Why We Do What We Do in Life and Business. Random House, 2012.
3. Kahneman, Daniel. Thinking, Fast and Slow. Farrar, Straus and Giroux, 2011.
4. Ariely, Dan. Predictably Irrational: The Hidden Forces That Shape Our Decisions. HarperCollins, 2008.
5. “The Psychology of Financial Planning: How Goal Setting and Monitoring Affects Financial Outcomes.” Journal of Financial Planning, 2019.